Uma reunião foi feita nesta quarta-feira (22) entre a OAB-RO e a direção do fórum da Justiça Federal em Porto Velho. Na ocasião, os representantes teriam relatado que o que houve Joice “foi um equívoco”.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) emitiu uma nota, nesta quarta-feira (22), informando que foi enviado um ofício à Justiça Federal solicitando a apuração da conduta dos servidores que barraram a entrada da advogada Joice Level no prédio do órgão, em Porto Velho. O caso aconteceu esta semana.
A advogada contou ao g1 que pretendia consultar alguns processos antigos na 6ª Vara. Ela aguardou na fila, juntamente com outras pessoas que entrariam no prédio, mas teve seu o barrado pelos seguranças.
“Ele disse: ‘você não vai entrar’. Eu perguntei o porquê e ele respondeu: ‘a saia tá muito curta’. Aí me deu aquele baque”, relembra.
Segundo a OAB, a ação dos agentes foi “discriminatória e desproporcional”. A organização pontuou novamente que somente a Ordem pode “disciplinar conduta de advogadas e advogados”.
O ofício enviado à Justiça Federal também pede que, caso o órgão possua alguma norma que permita seguranças avaliarem o tamanho das vestimentas de advogadas, que ela seja revogada.
A nota foi assinada pelo presidente da OAB em Rondônia, Márcio Nogueira, em conjunto com a Comissão de Defesa das Prerrogativas (CDP) e também as comissões nacional e estadual da Mulher Advogada.
Repercussão
Segundo o presidente da CDP Rondônia, foi realizada uma reunião entre a OAB-RO e a direção do fórum da Justiça Federal em Porto Velho nesta quarta-feira (22). Na ocasião, os representantes teriam relatado que o que houve Joice foi um equívoco.
O órgão também informou à OAB-RO que foi instalada uma comissão, presidida por uma juíza, para estudar a atualização da norma sobre vestimentas. A intenção é impedir que casos como o da advogada voltem a acontecer.
O g1 entrou em contato com a Justiça Federal em Rondônia, mas não obteve retorno até a última atualização desta matéria.
“Me senti constrangida”
A advogada Joice Level, de 37 anos, relatou que se sentiu muito constrangida com a ação dos seguranças. No dia do episódio ela estava vestida com uma saia social próxima a altura do joelho e uma blusa com mangas longas.

Ao compartilhar o caso nas redes sociais, a advogada contou que recebeu mensagens de colegas de profissão que teriam ado por situações semelhantes na Justiça Federal.
“Dá uma indignação e depois você vai raciocinando melhor e pensa: eu não acho que eu estou violando qualquer regra, quem tá sendo violada sou eu”.