O cantor de funk MC Poze foi liberado nesta terça-feira (3/6) após a Justiça do Rio de Janeiro revogar sua prisão temporária. O artista havia sido detido em sua residência no Recreio dos Bandeirantes na madrugada de quinta-feira (29/5), sob suspeita de apologia ao crime e envolvimento com o tráfico de drogas. A notícia de sua soltura foi recebida com entusiasmo por fãs, amigos e familiares, que organizaram uma recepção em frente ao Complexo de Gericinó.
Uma multidão se reuniu para celebrar a saída do cantor, convocada por meio de uma publicação no perfil oficial de MC Poze no Instagram. A mensagem convidava todos a participarem de uma festa pacífica e organizada para recepcioná-lo. No entanto, a situação se complicou com a chegada de Oruam, outro rapper, que causou tumulto ao subir em veículos estacionados, levando a polícia a usar spray de pimenta para dispersar a aglomeração.
Como as redes sociais reagiram à saída de Poze do Rodo?
🚨AGORA: Confusão e correria na porta do presídio de Bangu. MC Poze deve ser solto a qualquer momento. #BalançoGeralRJ
— Tino Junior (@tinojunior) June 3, 2025
📽️ Reprodução/Record Rio pic.twitter.com/rOzw1nDYud
Nas redes sociais, a presença da multidão em frente ao presídio gerou críticas e ironias. Alguns internautas comentaram sobre a mobilização dos fãs, enquanto outros expressaram descontentamento com a situação. Comentários variaram de ironias sobre a união do público a críticas sobre a situação social do país.
Pontos de destaque na repercussão online:
- Comemoração de fãs e artistas: Uma grande parte da base de fãs de Poze do Rodo, assim como outros artistas do funk (como Oruam e Filipe Ret), se manifestaram em apoio e celebraram sua liberdade. Vídeos e mensagens de alívio e comemoração foram amplamente compartilhados. Houve até mesmo um vídeo viral de uma criança chorando e repetindo “MC não é bandido” ao saber da soltura.
- Aglomerações e “rolezinhos”: A expectativa pela soltura era tão grande que fãs se aglomeraram em frente ao presídio de Bangu 3, onde ele estava detido, para recebê-lo. Além disso, “rolezinhos” de motociclistas foram organizados em apoio ao cantor, pedindo sua liberdade.
- Críticas à prisão e acusações de preconceito: Muitos usuários das redes sociais e a própria defesa do artista argumentaram que a prisão temporária foi baseada em preconceito devido à sua origem periférica e que a ação representava uma “criminalização da arte periférica”. A forma como Poze foi abordado e algemado também foi alvo de críticas.
- Debate sobre “narcocultura” e apologia ao crime: Por outro lado, a polícia e parte da opinião pública continuam a debater sobre o conteúdo das músicas de Poze do Rodo, que mencionam armas e facções, classificando-as como apologia ao crime e parte da “narcocultura”. A prisão de Poze foi vista pela polícia como um “recado para quem romantiza o crime”.
- Envolvimento da esposa, Viviane Noronha: A influenciadora Viviane Noronha, esposa de MC Poze, também se tornou alvo de uma operação policial por lavagem de dinheiro, o que gerou mais discussões nas redes sociais. Ela usou as redes para criticar a ação policial, classificando-a como abusiva e racista, e afirmar que “não vão calar a gente”.
- “MC não é bandido”: A frase “MC não é bandido” se tornou um bordão nas redes sociais, utilizada por defensores do artista para contestar as acusações e a prisão.
Como Viviane Noronha estava na situação?
Viviane Noronha, esposa de MC Poze, também esteve presente na aglomeração. Ela compartilhou um vídeo nas redes sociais enquanto aguardava a liberação do marido. Viviane está sendo investigada por suposto envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro relacionado ao Comando Vermelho, o que adiciona mais complexidade à situação do casal.
- Celebração e expectativa: Assim que a Justiça determinou a soltura de MC Poze do Rodo, Viviane Noronha celebrou a notícia nas redes sociais, expressando gratidão (“Obrigada, Jesus, saiu a decisão”). Ela também mencionou que estava “acabada” pela situação, mas que a “decisão saiu, tudo certo”, e que seria a última noite longe do marido, pois ele voltaria para casa no dia seguinte.
- Presença na saída da prisão: Viviane Noronha se dirigiu ao Complexo Penitenciário de Gericinó, onde MC Poze estava detido, para recebê-lo. Fotos e vídeos a mostram chegando ao local, por vezes na garupa de uma moto, e aguardando a liberação. Ela foi vista com outros fãs e amigos do cantor.
- Alvo de operação policial: Simultaneamente à prisão e soltura de MC Poze, Viviane Noronha foi alvo de uma operação da Polícia Civil do Rio de Janeiro. Essa operação investiga um esquema de lavagem de dinheiro ligado à cúpula de uma facção criminosa, o Comando Vermelho.
- Investigação de lavagem de dinheiro: A Polícia Civil suspeita que Vivi Noronha e sua empresa teriam recebido quantias de dinheiro provenientes da facção, transferidas por supostos “laranjas”. Os investigadores alegam que a operação na qual ela foi alvo não tem relação direta com a prisão de Poze, mas que o inquérito que a investiga foi desmembrado da investigação que levou à prisão do cantor.
GRATIDÃO A TODOS , PZ AMA MUITO VOCÊS DE CORAÇÃO TROPAA 😭😭😭😭✊🏽❤️ pic.twitter.com/ihNCtRMsaa
— POZE DO RODO ⛳️ (@pozedorodo222) June 3, 2025
Quais foram as medidas cautelares impostas a MC Poze?
Apesar de ter sido solto, MC Poze deverá cumprir uma série de medidas cautelares impostas pela Justiça. Essas medidas incluem:
- Comparecimento mensal em juízo até o dia 10 de cada mês;
- Proibição de sair da comarca do Rio de Janeiro;
- Disponibilidade para contato imediato com a Justiça;
- Proibição de mudar de endereço sem comunicar o juízo;
- Proibição de contato com outros investigados ou membros do Comando Vermelho;
- Entrega do aporte em até cinco dias, caso possua.
O habeas corpus foi concedido pelo desembargador Peterson Barroso, que argumentou que a prisão de MC Poze não era essencial para o andamento das investigações. Ele destacou que o foco deveria estar nos líderes de facções criminosas, em vez de artistas como Poze. A decisão trouxe alívio para os fãs do cantor, mas também levantou questões sobre o tratamento de figuras públicas em investigações criminais.
